Você já se pegou comparando seu filho com outras crianças da mesma idade e se perguntando: “Será que ele está falando como deveria?” Pois saiba que essa dúvida é mais comum do que parece. O atraso na fala é uma das maiores inquietações dos pais nos primeiros anos de vida, e, embora nem sempre represente algo grave, é fundamental entender o que observar e como agir.
Além disso, existem muitas maneiras práticas e afetivas de estimular a fala dentro de casa. E o melhor: elas se encaixam naturalmente na rotina! Neste artigo, você vai descobrir o que realmente importa, quando é hora de buscar ajuda profissional e como transformar pequenos momentos em grandes oportunidades de desenvolvimento.
Vamos juntos nessa?
Marcos do Desenvolvimento da Linguagem Infantil
Antes de mais nada, é essencial compreender o que se espera da linguagem em cada faixa etária. Desde o nascimento, o bebê começa a se comunicar com o mundo – primeiro com o choro, depois com sorrisos, olhares e sons. Por volta dos 6 meses, os balbucios já são comuns (“ba-ba”, “da-da”), mesmo que ainda sem significado.
A partir de 1 ano, surgem as primeiras palavras com sentido. Aos 2 anos, espera-se que a criança use entre 50 e 100 palavras e comece a formar frases simples, como “dá água”. Já aos 3 anos, ela tende a se comunicar com frases maiores e ser compreendida por pessoas fora do convívio familiar.
No entanto, é importante lembrar: cada criança é única. Algumas falam mais cedo, outras demoram um pouco mais – e tudo bem, desde que estejam progredindo. Mas atenção: se houver estagnação ou regressão, isso sim merece investigação.
Leitura recomendada: Quando procurar um fonoaudiólogo? Veja os sinais de alerta
Sinais de Alerta para Atraso na Fala
Agora que você conhece os marcos esperados, é hora de saber o que pode indicar um possível atraso na fala.
Fique atento se:
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Aos 12 meses, o bebê não emite sons variados, não aponta para pedir ou mostrar algo e não reage ao próprio nome;
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Aos 18 meses, tem menos de 10 palavras, mostra pouco interesse em se comunicar ou não compreende ordens simples como “dá tchau”;
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Aos 2 anos, não forma frases de duas palavras ou apenas repete o que ouve, sem criar frases próprias;
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A criança regrede ou pare completamente de tentar se comunicar;
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Há pouca ou nenhuma comunicação não-verbal (gestos, expressões, contato visual).
Se você perceber um ou mais desses sinais, vale procurar um profissional para avaliação.

O que Fazer em Casa: Estratégias Simples e Eficientes
Nem todo atraso precisa de intervenção clínica imediata. Muitas vezes, atitudes no dia a dia fazem toda a diferença. Veja algumas dicas valiosas:
1. Narração do Dia a Dia
Ao descrever o que você está fazendo (“Agora vou lavar sua mão… estamos colocando a fralda… olha o sapato vermelho!”), a criança escuta palavras em contexto, o que facilita o aprendizado natural da linguagem.
2. Leitura Interativa
Ler para o seu filho é uma das melhores formas de estimular a linguagem. Mas vá além da leitura passiva! Aponte, pergunte, repita palavras. Deixe a criança tocar o livro, virar páginas e interagir.
Dica: veja nossa seleção de livros infantis que estimulam a fala e a linguagem
3. Música com Movimento
Canções como “Se Você Está Contente” e “A Dona Aranha” são perfeitas. Além de divertidas, promovem ritmo, gestos e repetição – três elementos essenciais para desenvolver a fala.
4. Brincadeiras Funcionais
Aproveite situações reais para criar interações: “Quer água ou suco?”, “Cadê o ursinho azul?”. Ao forçar a escolha e a fala, a criança se engaja e aprende com naturalidade.

O Ambiente Familiar Conta Muito!
O modo como a família se comunica influencia diretamente o desenvolvimento da fala. Por isso, crie um ambiente rico em linguagem e acolhimento.
Veja como:
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Reduza o uso de telas, principalmente durante as refeições e momentos de interação.
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Escute de verdade o que seu filho tenta dizer. Mesmo que ele não fale direito, valorize a tentativa.
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Não corrija de forma negativa. Apenas modele a fala com carinho, dizendo a forma correta em frases completas.
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Inclua a fala nas rotinas: durante o banho, ao guardar brinquedos, na hora de dormir…
Leitura extra: Como estimular a fala durante a rotina da criança
Quando Procurar Ajuda Profissional
É sempre melhor prevenir do que remediar. Portanto, se algo não está claro ou se você sente que algo está fora do esperado, não hesite em agendar uma avaliação com um fonoaudiólogo.
Lembre-se: quanto mais cedo for identificada uma dificuldade, maiores as chances de superá-la com leveza e bons resultados.
Além disso, o profissional poderá indicar atividades específicas, avaliar o desenvolvimento motor oral e a compreensão, além de tranquilizar a família sobre o que é esperado em cada fase.
Desmistificando o Atraso na Fala
Infelizmente, ainda circulam muitos mitos que atrapalham a identificação e o tratamento precoce. Vamos esclarecer alguns?
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“Meninos falam mais tarde” – Pode até ser, mas isso não justifica atrasos significativos.
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“Ele é preguiçoso para falar” – Não existe preguiça para se comunicar. Se não está falando, é porque algo impede.
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“Cada criança tem seu tempo” – Sim, mas com limites de tempo. Atrasos importantes devem ser acompanhados.
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“É porque é bilíngue” – Crianças bilíngues podem ter um início diferente, mas não atrasam por isso.
Conclusão: Acompanhar, Estimular e Confiar
No fim das contas, o que mais importa é estar presente. Prestar atenção aos sinais, buscar orientação quando necessário e, principalmente, promover um ambiente em que a comunicação seja valorizada e incentivada.
O atraso na fala pode ser desafiador, mas com amor, estímulo e, se for o caso, ajuda profissional, ele pode ser superado. Afinal, você é o principal agente de transformação na vida do seu filho.
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FAQs – Perguntas Frequentes sobre Atraso na Fala
1. É normal uma criança não falar até os 2 anos?
Até os 18 meses, espera-se pelo menos 10 palavras. Se aos 2 anos ainda não houver frases, vale buscar avaliação.
2. Ficar em frente à TV atrapalha a fala?
Sim, especialmente sem interação. Prefira brinquedos, livros e conversas reais.
3. Crianças bilíngues falam mais tarde?
Não necessariamente. Elas podem ter um ritmo diferente, mas isso não significa atraso.
4. Preciso corrigir tudo que meu filho fala errado?
Não. Apenas modele a fala correta de forma natural e sem pressão.
5. O atraso na fala é sinal de autismo?
Pode ser um dos sinais, mas não é exclusivo. Só uma avaliação profissional pode dizer com certeza.
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